sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Projeto Looping: objetivos, modelos virtual e conceitos físicos empregados.

   Neste desafio a equipe tem como objetivo geral projetar e construir um Looping, para estudo dos conceitos da dinâmica dos corpos, e como objetivos específicos aplicar conhecimentos físicos para execução do trabalho; construir um Looping com determinados materiais e limites de trabalho especificados e projetar local para que ao final da execução do movimento a esfera não seja lançada.

   Durante as semanas seguintes a primeira postagem, a equipe dedicou-se a esboçar o protótipo em ferramentas virtuais de desenho em três dimensões, aplicando conhecimentos adquiridos nas disciplinas de Desenho Técnico e Desenho Mecânico ofertadas na instituição. Com a conclusão concepção inicial do projeto, foi possível iniciar a coleta de informações acerca dos materiais mais propícios a serem utilizados futuramente construção do protótipo, considerando suas propriedades mecânicas e custos. Na figura 1 pode ser observado o conceito de Looping a ser construído com os trilhos, este por sua vez terá aproximadamente 100mm de raio,  assim como também é apresentada a concepção inicial de base que virá a ser utilizada na estruturação do projeto.


Figura 1 - Conceito de Looping.
Fonte: Própria. 

      Nas figuras 2 e 3 são retratadas a idealização do protótipo, tendo o trilho e a base devidamente montados, em suas vistas isométrica e superior. 
Figura 2 - Vista 3D do protótipo.
Fonte: Própria.

Figura 3 - Vista superior do protótipo.
Fonte: Própria.

   Partindo de um modelo ideal, isto é, desprezando atrito, resistência do ar e forças dissipadas, existem premissas para que o looping vertical seja executado e concluído de maneira congruente. 


   Conservação de energia:  como elucidado na figura 4, no ponto inicial A, local de onde partirá a esfera, tem-se altura h, logo a energia nesse ponto é Potencial Gravitacional, dada por: E = m g h. Onde representa a massa do corpo, g a aceleração gravitacional e a altura.



Figura 4 - Representação do Looping.
Fonte: Blog Os Fundamentos da Física.
Dísponível em: http://osfundamentosdafisica.blogspot.com/ Acesso em out. 2018
   No local B tem-se velocidade V e altura determinada por duas vezes raio, logo a energia neste ponto é a soma da Energia Potencial Gravitacional e da Energia Cinética, tendo como total o valor obtido no local A. A Energia Cinética é representada por E = 1/2 * (mv²), onde representa a massa do corpo e v a velocidade do corpo.
De acordo com conceitos físicos, a energia pode ser transformada ou transferida, mas nunca criada ou destruída.

 Aceleração centrípeta: a variação da direção do vetor velocidade é consequência direta de uma aceleração durante um movimento circular. É dada pela fórmula a = v²/R, onde v² representa a velocidade do corpo em movimento e R o raio da curva.

  Força centrípeta:  resultante das forças que agem sobre o corpo, tendo sua direção perpendicular à trajetória que se dirige ao centro. É dada pela fórmula F = m (v²/R), onde representa a massa do corpo, v² a velocidade do corpo em movimento e R o raio da curva.

  Força normal: a força normal é aquela que é feita por uma superfície a fim de suportar um objeto depositado sobre ela, sempre sendo perpendicular a superfície. 

  Velocidade mínima e altura mínima: velocidade é uma grandeza vetorial originada da razão do intervalo de deslocamento e intervalo de tempo, sendo geralmente medida em metros por segundo (m/s). A velocidade mínima necessária para que esfera complete o looping é a raíz quadrada do produto da gravidade local pela subtração entre o raio da curva do looping e o raio da esfera, sendo representada por Vm = √[g * (R-r)]. Outro requisito para que a esfera complete o trajeto corretamente é a altura mínima de "lançamento" ou de "partida" deste objeto, que tem seu valor dado pelo produto do raio da curva do looping e vinte e sete dez avos (2,7R).


  Torque: o conceito de toque ou momento é bastante utilizado na física, sendo definido a partir da componente perpendicular ao eixo de rotação da força aplicada sobre um objeto que é efetivamente utilizada para fazê-lo girar em torno de um eixo conhecido como ponto de rotação. A distância do ponto de rotação ao ponto onde atua uma força ‘F’ é chamada braço do momento e é representada por ‘d’. Informalmente esse conceito é estabelecido como: a medida de quanto uma força que age em um objeto faz com que ele gire.
O torque pode ser calculado a partir da relação T = F . d; onde o torque ou momento é representado por T e é medido em N . m (Newton vezes metro). F representa força medida em N (Newton) e d representa a distância entre o ponto de rotação e o ponto onde atua a força e é medida em m (metro).

  No projeto looping o conceito de torque é utilizado para entender o movimento de rotação da esfera quando abandonada a uma certa altura e deslizando sobre o trilho de aço. 

  Movimento de rotação: Observado sempre quando um torque a ele é aplicado, sendo que, quando um mesmo torque é empregado em objetos idênticos com distribuição diferentes de massa, observam-se acelerações angulares diferentes. Sendo assim, não é a massa em si que altera a velocidade angular, mas sim a distribuição da massa do seu corpo. Essa distribuição pode ser expressa através de uma quantidade denominada momento de inércia (figura 6). Este movimento é definido em relação a um eixo de rotação. Exemplo: uma bola de massa m presa a um fio de comprimento d. Uma pessoa gira o fio e faz a bola rodar em torno de um ponto O. O momento de inércia da bola, em relação a um eixo vertical que passa por O, é dado por I=m.r².


Figura 5 - Representação do movimento de inércia.
Fonte: Blog Os Fundamentos da Física.
Dísponível em: http://efisica.if.usp.br/mecanica/basico/corpos_rigidos/rotacoes/ Acesso em out. 2018
  Se for um corpo extenso, é necessário subdividi-lo em pequenas porções de massas; m1, m2, [...] mi; cujas distâncias ao eixo de rotações são respectivamente r1,r2,...ri. O momento de inércia do corpo subdividido em n partes, em relação ao eixo de rotação, é dado por I = m1 r1 ² + m2 r2² + [...] + mi ri² + mn rn²  ou seja, I = Σ mi ri².

  A quantidade de movimento angular a ser analisada parte do estudo em que define-se uma grandeza, a quantidade de movimento angular do corpo em rotação L, que é vetorial e é dada por: L= I . ꞷ, onde I é o momento de inércia do corpo e ꞷ é a velocidade angular. O seu módulo é dado por ꞷ=v/R, como foi visto em Movimento Circular. Relembrando, v é a velocidade tangencial e R é o raio da trajetória. A grandeza   é um vetor, a sua direção e sentido são definidos. Pode-se mostrar que o momento angular ou quantidade de movimento angular está relacionado ao torque por ꞷ=v/R 
 ΔL/ Δ t=T
 ΔL é a variação da quantidade de movimento angular.
 Δt é o intervalo de tempo em que o torque é aplicado.
  Podemos manter um paralelo do movimento de rotação e as aplicações dele relacionadas as 3 leis de Newton:      
  
- Primeira lei: A rotação de um corpo é mantida na ausência de torques.

Segunda lei: A variação da quantidade de movimento angular é proporcional ao torque e ao intervalo de tempo em que o torque é exercido.

Terceira lei: A toda ação de um torque corresponde um torque de reação, de mesma intensidade, mesma direção, mas sentidos opostos. (Também nas rotações, a ação e a reação de um torque são aplicadas em corpos diferentes.)


   Força de Atrito: Pelo corpo estudado ser uma esfera, a força de atrito se trata de um atrito de rolamento. Esse tipo de atrito ocorre quando a superfície de um corpo rola sobre a superfície do outro sem deslizar, sendo o atrito proveniente da deformação das áreas de contato dentre dois corpos. Pelo plano se tratar de uma calha, para evitar colisões laterais internas e como o diâmetro da esfera é um pouco maior à largura da calha, geralmente esse encaixe cria um raio de rotação efetivo, a partir do atrito, aumentando a velocidade angular da esfera. Aplicando a segunda lei de Newton para rotação Tr (torque) = I (momento de inércia) x α (aceleração angular da esfera) podemos obter uma relação de raio efetivo, K, com o raio da esfera, R, e a largura da calha, L. Obtemos: Fat K = 2/5 m R² α (t).

   Tendo os conceitos físicos aqui apresentados como base teórica, a equipe iniciará a resolução dos cálculos necessários para a construção e execução do Looping, atualizando neste mesmo blog o andamento do projeto.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SÓ FÍSICA. Disponível em: <https://www.sofisica.com.br/>. Acesso em: 15 out. 2018.
ENERGIA POTENCIAL GRAVITACIONAL: Telecurso 2000. Disponível em: <http://www.fisica.net/tc/15fis.pdf>. Acesso em: 12 out. 2018.
ENERGIAS: Telecurso 2000. Disponível em: <http://www.fisica.net/tc/13fis.pdf>. Acesso em: 15 out. 2018.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, e-Física: Ensino de Física Online. Disponível em: <https://efisica.atp.usp.br/home/>. Acesso em: 16 out. 2018.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, e-Física: Ensino de Física Online. Movimento de rotação. Disponível em: <http://efisica.if.usp.br/mecanica/basico/corpos_rigidos/rotacoes/>. Acesso em: 18 out. 2018

Postagem por Rogerio Lima dos Santos Júnior e Rodrigo Cerqueira Teixeira Nogueira.

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Física A 2018.3